Monday, March 5, 2012

unknown beast

Encontra-se parado a olhar o que acabara de fazer. Mulher, filha e neta jazem pelas diversas assoalhadas onde já se ouviram risos e choros. Tira ilações daquilo que fez, se racionalidade existisse num vil acto destes pudesse ter tido como racional. Tudo aquilo que sente é rigorosamente nada. Como se a palavra nada pudesse conter tudo o que há de mais pérfido num ser. Esse mesmo ser que foi esposo, pai e avô, que foi respeitado e admirado talvez. No momento do primeiro acesso, no primeiro golpe, que imagem terá ocorrido? A brutalidade animal que lhe inundou os sentidos deixou-o admirar a obra? O mesmo procedimento maquinal para com todas as outras, terá sido deus por instantes? Um deus maligno que ceifara vidas a troco de quê? Repete-se a mesma dúvida vezes e vezes sem conta. Porquê?

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